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2012 - Livro Vermelho 2013

Celtis ehrenbergiana (Klotzsch) Liebm. LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 10-04-2012

Criterio:

Avaliador: Tainan Messina

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Espécie muito ampla (EOO 1.727.293,578km²), ocorre em quase todo o Brasil e em países limítrofes, à excessão da Região Norte. Apesar de não ter registro em UC, é bem representada em muitas áreas brasileiras.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg.;

Família: Cannabaceae

Sinônimos:

  • > Celtis ehrenbergiana ;
  • > Celtis pubescens ;
  • > Celtis membranacea ;
  • > Celtis glycycarpa ;
  • > Celtis zizyphoides ;
  • > Celtis dichotoma ;
  • > Celtis aculeata ;
  • > Celtis brevifolia ;
  • > Celtis diffusa ;
  • > Celtis asperula ;
  • > Celtis gardneri ;
  • > Celtis lancifolia ;
  • > Celtis triflora ;
  • > Celtis velutina ;
  • > Celtis goudotii ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita em Kongel. Danske Vidensk. Selsk. Naturvidensk. Math. Afh., ser. 5, 2: 339. 1851. Nomes Populares: "Esporão-de-galo", "Galinha-choca", "Guajissara", "Nhapindá" e "Salta-martinho" (Torres; Luca, 2005).

Dados populacionais

Em estudo de composição florística e estrutura da regeneração natural do Parque Estadual do Espinilho, no Estado do Rio Grande do Sul, foram amostrados 52 indivíduos em uma área de 0,6ha; apresentou também Valor de Importância 29,94%, e juntamente com Vachellia caven representou 94% do Valor de Importância total da área em estudo (Redin et al., 2011).

Distribuição

Ocorre nos Estados Unidos, México, Haiti, Porto Rico até Argentina (Torres; Luca, 2005); no Brasil ocorre nos Estados do Ceará, Paraíba, Bahia, Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Romaniuc Neto et al., 2012).

Ecologia

Caracteriza-se por árvores ou arbustos de até 6 m de altura; possui flores masculinas e bissexuadas; coletada com flores em setembro e com frutos em maio, junho, agosto, outubro e dezembro (Torres; Luca, 2005).

Ameaças

1.1 Agriculture
Detalhes A degradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espécies exóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de um manejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais de soja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25ton/ha/ano. Aproximadamente 45.000 km² do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde a erosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130ton/ha/ano. O amplo uso de gramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial à biodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dos ecossistemas. Para a formação das pastagens, os cerrados são inicialmente limpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogon gayanusKunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf,Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf e Melinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagens plantadas (cerca de 250.000 km²- uma área equivalente ao Estado de São Paulo) está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzida cobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes A Mata Atlântica já perdeu mais de 93% de sua área e menos de 100.000 km² de vegetação remanesce. Algumas áreas de endemismo, como Pernambuco, agora possuem menos de 5% de sua floresta original. 10% da cobertura florestal remanescente foi perdida entre 1989 e 2000 apenas, apesar de investimentos consideráveis em vigilância e proteção. Antes cobrindo áreas enormes, as florestas remanescentes foram reduzidas a vários arquipélagos de fragmentos florestais muito pequenos, bastante separados entre si. As matas do nordeste já estavam em grande parte devastadas (criação de gado e exploração de madeira mandada para a Europa) no século XVI. As causas imediatas da perda de habitat: a sobreexplotação dos recursos florestais por populações humanas (madeira, frutos, lenha, caça) e a exploração da terra para uso humano (pastos, agricultura e silvicultura). Subsídios do governo brasileiro aceleraram a expansão da agricultura e estimularam a superprodução agrícola (açúcar, café e soja). A derrubada de florestas foi especialmente severa nas últimas três décadas; 11.650 km² de florestas foram perdidos nos últimos 15 anos (284 km² por dia). Em adição à incessante perda de hábitat, as matas remanescentes continuam a ser degradadas pela extração de lenha, exploração madeireira ilegal, coleta de plantas e produtos vegetais e invasão por espécies exóticas (Tabarelli et al., 2005).

1.1.4.3 Agro-industry
Detalhes Atualmente a base da economia da região do Pantanal é a criação extensiva de gado para corte, uma vez que a agricultura é pouco recomendada, devido principalmente às enchentes periódicas e aos solos pouco férteis. A atividade turística vem se expandindo nos últimos anos, e mais recentemente, em alguns municípios da BAP, têm sido instalados alguns empreendimentos de mineração. Em geral, a pecuária nessa região não apresenta tratos culturais específicos, ocasionando degradação do solo, principalmente erosão e compactação, além de incêndios, queimadas e desmatamentos para estabelecimento de pastagens. Além disso, a fiscalização precária associada ao desconhecimento da legislação e à falta de conscientização sobre a importância ambiental da região, permitem que atividades predatórias como a pesca e a caça clandestina sejam uma ameaça, exercendo grande pressão sobre a fauna, principalmente nos períodos reprodutivos. As atividades mineradoras, além de gerarem forte impacto visual, causam assoreamento e modificam a trajetória dos corpos dágua, contaminando as bacias com dejetos de diferentes origens e intensificando processos erosivos, com conseqüente descaracterização da paisagem. Esse processo de colonização aliado à implantação de grandes projetos econômicos, como o gasoduto Brasil-Bolívia, vêm sistematicamente modificando a paisagem pantaneira. A remoção da vegetação, principalmente nos planaltos onde se situam as nascentes dos rios que formam o Pantanal, tem acelerado a destruição dos habitats, sendo a principal causa do assoreamento dos rios na planície e da intensificação das inundações (Harris et al., 2005).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Observações: Espécie considerada "Vulnerável" (VU) pela Lista vermelha da flora do Rio Grande do Sul (CONSEMA-RS, 2002).

Referências

- ROMANIUC NETO, S.; TORRES, R.B.; DINIZ, M. Celtis ehrenbergiana in Cannabaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB021360>.

- MARCHIORETTO, M.S. Cannabaceae, Plantas da Floresta Atlântica, Rio de Janeiro, p.210, 2009.

- TORRES, R.B.; LUCA, A.Q. Celtis (Ulmaceae). In: WANDERLEY, M.G.L.; SHEPHERD, G.J.; MELHEM, T.S.; MARTINS, S.E.; KIRIZAWA, M.; GIULIETTI, A.M. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. São Paulo: FAPESP / Rima, p.363, 2005.

- KLINK, C.A.; MACHADO, R.B. A conservação do Cerrado brasileiro, Megadiversidade, p.147-155, 2005.

- TABARELLI, M.; PINTO, L.P.; SILVA, J.M.C.; ET AL. Desafios e oportunidades para a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica brasileira., Megadiversidade, p.132-138, 2005.

- HARRIS, M.B.; ARCANGELO, C.; PINTO, E.C.T. ET AL. Estimativas de perda da área natural da Bacia do Alto Paraguai e Pantanal Brasileiro., Campo Grande, 2005.

- REDIN, C.G.; LONGHI, R.V.; WATZLAWICK, L.F.; LONGHI, S.J. Composição florística e estrutura da regeneração natural do Parque Estadual do Espinilho, RS., Ciência Rural, Santa Maria, Universidade Federal de Santa Maria, v.41, p.1195-1201, 2011.

- CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE, RIO GRANDE DO SUL. Decreto estadual CONSEMA n. 42.099 de 31 de dezembro de 2002. Declara as espécies da flora nativa ameaçadas de extinção no estado do Rio Grande do Sul e da outras providências, Palácio Piratini, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 31 dez. 2002, 2002.

Como citar

CNCFlora. Celtis ehrenbergiana in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Celtis ehrenbergiana>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 10/04/2012 - 14:40:55